sábado, 21 de janeiro de 2012

JESUS COMEÇA SUA MISSÃO E CHAMA. QUE TAL?

O Evangelho deste final de semana, (Mc 1,14-20) 3º Domingo do Tempo Comum, temos Jesus começando sua missão e chamando os primeiros discípulos.
O batismo de Jesus por João Batista é o ato inaugural de sua missão. Atraído pela mensagem do Batista, Jesus abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galileia, procura o batismo de João na região do além-Jordão e começa a formar seu próprio discipulado para, a seguir, iniciar sua missão, assumindo elementos do anúncio de João Batista.
João Batista anunciava a conversão à prática da justiça como caminho para remover o pecado do mundo. Com seu convite ao batismo e à conversão deflagrou um processo de discipulado no qual se inseriu Jesus, que veio da Galileia. João foi preso por Herodes, tetrarca da Galileia, pois este, diante da grande afluência de pessoas atraídas pela pregação de João, temia por uma insurreição popular.
Após a prisão de João, Jesus decide levar o seu anúncio da conversão ao Reino de Deus à Galileia. Ele inova no sentido de que, em vez de aguardar a afluência de pessoas na região desértica à margem do Jordão, decide dirigir-se, com discípulos, às regiões povoadas do norte.
O que caracteriza o discipulado é a conversão. Assim como Jesus, após receber o batismo de João, abandonou seu costumeiro modo de vida familiar em Nazaré, também os discípulos abandonam suas atividades profissionais e o convívio costumeiro com seus familiares e companheiros de trabalho, e põem-se a seguir Jesus.
A conversão se faz a partir do olhar para Jesus e deixar-se contagiar pelo seu amor misericordioso e por suas palavras. Assim, vamos nos libertando das ideologias de sucesso, riqueza e poder, para incorporarmos valores de comunhão com o próximo, na mansidão e no carinho, construindo um mundo novo possível, na justiça e na fraternidade.
A propósito, aceitamos o convite e chamado de Jesus?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ENCONTRAMOS O MESSIAS?

O Evangelho deste final de semana, (Jo 1,35-42) começo do Tempo Comum, traz como tema o chamado dos primeiros seguidores de Jesus e neles o nosso chamado também.
A vocação dos dois primeiros discípulos nasce do testemunho de João Batista. A partir daí surge uma conscientização vocacional que envolve outras pessoas com base no testemunho de quem esteve com Jesus: André encontra seu irmão Simão Pedro e o apresenta a Jesus. Em seguida, é Filipe quem encontra Natanael e lhe fala de Jesus. Assim, por meio do testemunho de outros, o grupo dos colaboradores de Jesus vai crescendo.
E a pergunta de Jesus é uma inquietação de toda a humanidade: “O que vocês estão procurando?” Do início ao fim de nossas vidas estamos à procura de algo ou de alguém. A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão: “Mestre, onde moras?” Os discípulos não estão interessados em teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele. Para que isso aconteça, é preciso fazer a experiência com ele: “Venham ver!”.
E o resultado da experiência já aparece: “Então eles foram e viram onde Jesus morava. E permaneceram com ele naquele dia. “Eram mais ou menos quatro horas da tarde.” Em linguagem simbólica, quer dizer que é o momento gostoso para o encontro ou a hora das opções acertadas. André era um dos discípulos que, diante do testemunho do Batista, seguiram a Jesus e fizeram a experiência das “quatro horas da tarde.” André significa homem, ser humano.
Desse modo, as pessoas só se tornam verdadeiramente humanas depois que fazem a experiência do Mestre, e esta se converte em testemunho que arrasta: André leva Simão a Jesus. E em seguida leva outras pessoas, pois fala no plural: “Encontramos o Messias.” É uma experiência comunitária e progressiva de quem é Jesus.
Por fim, Jesus pede que Simão Pedro encontre sua identidade: “Você é Simão, filho de João. Vai se chamar Cefas.” O nome é a identidade da pessoa. Simão será, no Evangelho de João, símbolo de toda pessoa em busca de identidade. Ele dará muitas cabeçadas ao longo desse evangelho, até se encontrar consigo próprio, com sua missão e com Jesus. A propósito, podemos dizer que “encontramos” o Messias?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

JESUS É RECONHECIDO POR TODOS OS POVOS

O Evangelho deste final de semana (Mt 2,1-12), festa da Epifania, ou festa do Reis Magos, como é conhecida, temos Jesus manifestado a todos os povos.
Epifania, palavra de origem grega, significa manifestação externa, aparecimento. No mundo helenista, a palavra era usada para exprimir a chegada de um imperador em visita aos territórios de seu domínio. O uso tradicional desta palavra para indicar esta narrativa do nascimento de Jesus, em Mateus, induz a uma interpretação gloriosa deste nascimento.
A narração de Mateus é uma reconstrução literária de episódios bíblicos antigos, apresentados como que se realizando no tempo do narrador. Mateus narra a visita dos magos no sentido de associar o nascimento de Jesus a uma profecia de Isaías, segundo a qual as várias nações pagãs trarão tesouros, ouro e incenso ao Templo de Jerusalém.
Jesus é apresentado como a luz e a glória de Deus para o povo de Israel, sendo a ele que os povos vêm em adoração, em uma perspectiva universalista, a qual está presente também na teologia paulina. A menção da estrela que guia os magos é uma alusão à estrela de Jacó que, depois, se transformou na estrela de Davi, com seis pontas e doze lados, associando Jesus ao messianismo davídico.
Assim também se dá com o nascimento em Belém, que era tida como a terra de origem de Davi. Em todos estes acentos messiânicos, o evangelista Mateus, os fazia para convencer sua comunidade de cristãos originários do judaísmo que em Jesus se realizavam as suas expectativas messiânicas, conforme a tradição do Antigo Testamento. Além do mais, a narrativa abre espaço para acentuar a crueldade do rei Herodes, o Grande, com o episódio seguinte da matança das crianças de Belém.
Do ponto de vista histórico, a manifestação de Jesus ao mundo acontece a partir do início de seu ministério, o que se dá com o seu batismo por João Batista. Com o anúncio da chegada do Reino dos Céus, Jesus revela Deus como Deus do amor para todos os povos, sem exclusões. O encontro com Deus se dá no desapego da riqueza e do poder, e em toda ação a favor da vida e da paz. A propósito, percebemos esse Deus amor revelado por Jesus Cristo?

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Maria, a mãe de Deus

O Evangelho do primeiro dia do novo ano (Lc 2,16-21), traz a festa de "Maria, Mãe de Deus".
Neste título de Maria, estabelecido no Concílio de Éfeso, no ano 431, vemos a afirmação da íntima unidade entre nossa humanidade, expressa em Maria, mãe de Jesus, e o próprio Deus. Tal título associa a dimensão feminina de Maria à própria natureza divina. Em Maria vislumbramos traços do rosto feminino de Deus. Podemos dizer: Deus é Pai e Mãe.
A novidade de Jesus é a revelação da dignidade da criação, assumida na vida divina. Deus nos criou para a eternidade. O Filho de Deus nasce entre nós repousando em uma manjedoura. E esta maravilhosa presença entre nós não foi anunciada aos grandes e poderosos, mas em primeira mão aos humildes pastores, que, em vigília, guardavam as ovelhas. Deus se relaciona com homens e mulheres não por meio de poder e submissão, mas de humilde amor, que comunica vida e liberta de todas as ilusões e opressões promovidas pelos poderosos deste mundo.
São os humildes e simples, talvez por estarem mais abertos, que percebem a ação de um Deus que se faz pobre, simples, humilde, criança, nascendo numa manjedoura e nos mostrando a grandiosidade de seu amor livre e gratuito para com a humanidade. A propósito, estamos dispostos a vivermos estes valores neste novo ano que começamos?

sábado, 24 de dezembro de 2011

NASCEU O SALVADOR

No evangelho que a liturgia nos propõe na noite de natal (Lc 2,1-14) temos o relato do nascimento de Jesus. “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um salvador, que é o Messias, o Senhor”. O anúncio central do trecho de hoje traz em si o início e a realização da salvação. Isso se torna compreensível se levarmos em conta o título que o Menino recebe da parte dos anjos: ele é Salvador.
O Messias entra na história da humanidade por caminhos alternativos não trilhados pelos poderosos. O imperador Augusto decreta, para todo o império romano, um recadastramento que tem por objetivo arrecadar taxas sobre pessoas livres e escravas, homens e mulheres. Maria dá à luz sozinha, durante uma viagem, fora de casa, sem encontrar lugar entre os parentes, na maior solidão e abandono. Jesus é colocado numa manjedoura e recebe a visita dos pastores, gente marginalizada e odiada por causa de sua conduta.
Assim a história da salvação não nasce em Roma, sede do poder absolutizado, e sim em Belém, na pessoa de alguém que foi marginalizado antes mesmo de nascer. O Menino pobre que nasce em Belém possui o poder da comunicação que vem de Deus: um anjo do Senhor se encarrega de comunicar a grande novidade à humanidade. Mas a comunicação de Deus possui caminhos alternativos: não se dirige aos poderosos, e sim aos pastores. O povo do Messias pobre são esses marginalizados da sociedade. Eles são envolvidos pela luz divina e recebem a comunicação da boa notícia, ao mesmo tempo em que são encarregados de transmiti-la a todo o povo. A propósito, vamos acolher este Deus-menino que nasce neste natal?

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A estrela verde da esperança

Estamos nos aproximando de mais um natal e com ele são renovados os sentimentos de paz, amor, alegria e esperança. A “Estrela Verde” resume muito bem este tempo que estamos vivendo.
Era uma vez em que havia milhões de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis...
Um dia, elas procuraram o Senhor, o Deus do Universo, e disse
ram-lhe: Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra com os homens. Assim será feito, disse-lhes Deus, conservarei vocês todas pequeninas como são vistas e podem descer à Terra.
Conta-se que naquela noite houve uma linda chuva de estrelas. Umas desceram nas torres das igrejas, outras foram voar e brincar com os vaga-lumes no campo, outras se misturaram nos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passando algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar ao céu, deixando a Terra escura e triste.
Por que voltaram? Perguntou Deus. Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, fome, violência, guerra maldade, doença. O Senhor lhes disse: Claro, o lugar de vocês é aqui no céu, a Terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, do imperfeito, daquele que caiu, daquele que erra, daquele que morre. Aqui no céu é o lugar da perfeição, o lugar onde tudo é bom, onde tudo é eterno.
Depois que chegaram as estrelas, Deus falou de novo: Mas está faltando uma estrela! Será que se perdeu no caminho? Um anjo que estava perto retrucou: Não, Senhor! A estrela resolveu ficar entre os homens, ela descobriu que seu lugar é exatamente onde está a imperfeição, onde há limites, onde as coisas não vão bem. Mas que estrela é essa, perguntou Deus? Por coincidência, Senhor, era a única estrela desta cor. E qual era a cor desta estrela, insistiu Deus. É verde, Senhor! A estrela verde do sentimento da esperança.
E, quando olharam para a Terra, a estrela verde já não estava mais sozinha. A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa, porque o único sentimento que o ser humano tem e Deus não têm é a Esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana, própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe qual é o seu futuro.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

COMO PREPARAR A VINDA DE JESUS

O Evangelho deste final de semana ((Jo 1,6-8.19-28), terceiro domingo do advento, mostra João Batista anunciando a vinda de Jesus.
Os vv. 6-8 pertencem ao Prólogo do evangelho onde diz que, “apareceu um homem enviado por Deus; seu nome era João”. A testemunha é uma pessoa comum, um ser humano com identidade própria (nome) que Deus credenciou. A missão de João é “ser testemunha e dar testemunho da luz, a fim de que todos cheguem à fé”.
Os vv. 19-28 falam do contexto em que se desenvolve a ação da testemunha da vida que é Jesus: a da luta entre as trevas e a luz. As trevas são as lideranças político-religiosas do tempo. Antes de tentar apagar a luz-vida que é Jesus, elas querem eliminar João, a testemunha e por isso vão logo perguntando: “Quem é você?”. A resposta de João, “Eu não sou o Messias”, nos fala das suspeitas dos investigadores: temiam que João se declarasse o inaugurador de nova ordem social, um líder de movimento popular que se opusesse às autoridades existentes. João nega também ser Elias e o Profeta.
A comissão de inquérito sossega um pouco, mas não se satisfaz. E continua investigando: “Quem é você? Temos que levar uma resposta aos que nos enviaram. Quem você diz que é?”. João se autodefine como “uma voz que grita no deserto: ‘Endireitem o caminho do Senhor!’. Mencionando o deserto, o evangelho aponta para a nova sociedade que está para chegar com Jesus. João veio tirar os obstáculos que impedem a construção do novo. E os principais empecilhos são justamente as autoridades que mantêm o povo dominado. Elas “entortaram o caminho do Senhor”, impedindo ao povo o acesso à vida. A propósito, que obstáculos precisamos retirar para preparar a vinda de Jesus neste natal?