sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A verdadeira felicidade

No Evangelho deste final de semana (Mt 5, 1-12), 4º domingo do tempo comum, Mateus apresenta a proclamação das bem-aventuranças como as primeiras palavras de Jesus dirigidas às multidões, no início de seu ministério.
Estas bem-aventuranças são uma proposta de felicidade a ser encontrada na união de vontade com Deus a partir das práticas amorosas acessíveis a todos. Não se trata da prática de virtudes pessoais, ascéticas ou morais, para um aperfeiçoamento individual. As bem-aventuranças são a felicidade alcançada por aqueles que entram em comunhão de vida com os irmãos, particularmente os mais excluídos, em um processo solidário e fraterno de libertação e restauração da dignidade humana.
A primeira bem-aventurança apresenta a pobreza, na forma de desapego concreto dos bens terrenos, como a característica fundamental do Reino. As duas bem-aventuranças seguintes apontam para as vítimas da sociedade injusta: os que choram e os submissos ("mansos") aos quais o amor de Deus traz a libertação. Seguem-se quatro bem-aventuranças ativas em vista da transformação da sociedade: a fome e a sede da justiça, que são a vontade de Deus; a misericórdia, que impulsiona à ação solidária; a pureza do coração, que supera a pureza ritual e acolhe a todos, e os promotores da paz em vista da construção de um mundo sem ambição e violência daqueles que tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça diante da consolidação de um império mundial. As duas últimas retomam o tema da justiça, exaltando sua grandeza e advertindo sobre a repressão a que estarão sujeitos os que a buscam.
Neste mundo onde a violência é alimentada pela ambição dos poderosos, que lições de vida podemos tirar com as bem-aventuranças?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dicas para viver melhor

A poucos dias nosso bispo Dom Jaime escreveu um texto colocando 40 dicas para um 2011 melhor. Achei muito interessante e passo a reproduzir algumas, que a meu ver, são as mais importantes.

1. Caminha sorrindo de 10 a 30 minutos todos os dias.
2. Ora na intimidade com Deus pelo menos 10 minutos cada dia. Em segredo, se for necessário.
3. Ao levantar-te de manhã, diga: “Deus, meu Pai … Obrigado por este novo dia”.
4. Viva com os 3 “E” ENERGIA, ENTUSIASMO e EMPATIA.
5. Não gastes teu precioso tempo em fofocas, coisas do passado, pensamentos negativos ou coisas fora de teu controle.
6. Toma o café da manhã como um rei, almoça como um príncipe e janta como um mendigo.
7. Não deixes passar a oportunidade de abraçar quem te preza. Um abraço!
8. A vida é muito curta para desperdiçar o tempo odiando alguém.
9. Não te tomes tão a sério. Ninguém o faz.
10. Não precisas ganhar cada discussão. Aceita o diferente.
11. Não compares tua vida com a dos outros. Não fazes idéia como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida.
12. Ninguém está tomando conta de tua felicidade a não ser tu mesmo.
13. Lembra que não tens o controle dos acontecimentos mas sim do que fazes deles.
14. Aprende algo novo a cada dia.
15. Ajuda sempre os outros. O que semeias hoje, colherás amanhã.
16. Não importa se a situação é boa ou ruim, ela mudará.
17. Teu trabalho não cuidará de ti quando estiveres enfermo. Teus amigos sim. Mantenha contato com eles.
18. Ama sempre com todo o teu ser.
19. Cada noite antes de deitar, agradeça a Deus por mais um dia vivido.
Que tal essas dicas?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Jesus começa sua missão

No Evangelho deste final de semana, (Mt 4,12-23), 3º Domingo do Tempo Comum), Jesus começa a anunciar o Reino de Deus e escolhe quatro pescadores para o ajudarem nesta missão.
Depois de ter ido ao encontro de João para ser batizado, Ele volta para sua terra de origem, a Galileia, após um tempo de permanência na Judéia. Mateus escreve para comunidades de cristãos oriundos do judaísmo. Sua intenção teológica é mostrar-lhes que suas antigas esperanças tradicionais se realizam em Jesus e, para isto, recorre com freqüência a citações do Antigo Testamento, que estariam sendo cumpridas em Jesus.
É na Galileia que Jesus desenvolve seu ministério, com uma abrangência universal, dirigindo-se às multidões. Tendo deixado sua cidade de origem, Nazaré, vai morar em Cafarnaum, às margens do Mar da Galiléia. E começa seu ministério, com o mesmo anúncio de João Batista: "Convertei-vos, pois o Reino de Deus está próximo". É o batismo da conversão à justiça para remover o pecado do mundo. Revela que este é o caminho da comunhão com Deus, em sua vida divina e eterna.
Enquanto João escolhera o deserto como espaço para o seu anúncio, Jesus orienta seu ministério para as regiões habitadas da Galileia e das regiões gentílicas vizinhas. Às margens do Mar da Galileia, encontra aqueles que serão seus primeiros discípulos. “Segui-me e eu farei de vocês pescadores de homens”. As narrativas de vocação dos discípulos são feita pelos evangelistas de maneira sumária, em poucas linhas. Contudo, o seguimento de Jesus por seus discípulos se efetiva em um processo de conhecimento e diálogo, amadurecido durante um tempo de convivência.
Este chamado é direcionando a cada um de nós. Pelo batismo nos comprometemos a dar nosso sim e sermos colaborarmos do Mestre de Nazaré da Galileia, no anuncio e construção do seu Reino de justiça, amor e paz. A propósito, o que estamos fazendo enquanto Discípulos e Missionários de Jesus? Que resposta estamos dando ao Senhor que chama?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Animais na praia

Dias atrás li uma coluna em um jornal de nossa cidade onde o colunista falava com certa indignação sobre a presença de carros na beira da praia, inclusive fazendo citações das leis de transito e de todos os perigos e danos para o meio ambiente.
Esta não deixa de ser uma boa discussão. Creio que seja possível criar um espaço em nossa vasta orla marítima para carros, pescadores, surfistas e banhistas. Basta organização, respeito e exigência de cumprimento das leis pelas autoridades competentes. Em algumas praias temos estes espaços delimitados e parece que funcionam bem.
Todavia o que me deixa mais indignado e vejo que pouco se fala e faz a respeito disso, é quanto aos animais na praia. Já conversei por mais de uma oportunidade com veterinários e me disseram que animal na beira da praia é perigo de doenças não somente para as pessoas, mas também para os animais.
Parece que existe uma lei municipal que proíbe a presença de animais na praia, mas quem deve exigir que a lei seja cumprida? E em nossas “praias do sul” já tão abandonadas, como conscientizar as pessoas para que deixem seus animais em casa e assim evitem levar doenças para as pessoas e para os animais?
Tenho circulado muito pela praia Paraíso, Real, Estrela do Mar e Webber e é impressionante o número de cachorros que estão na beira da praia e tomando banho no mar. Nada é feito. Nem placas de orientação existem e o povo também não colabora. É complicado, mas precisamos ser otimistas e acreditarmos em campanhas de conscientização, diálogos, orientações e ajuda de todos para termos praias mais limpas e saudáveis. A praia é de todos nós e todos devemos zelar por ela..
Pense nisso!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Jesus é o cordeiro de Deus

O evangelho deste final de semana (Jo 1,29-34), 2º domingo do tempo comum tem como ponto central o testemunho de João Batista a respeito de Jesus. Este reflete a caminhada da comunidade cristã em busca de uma experiência concreta da presença de Jesus. O não-conhecimento de Jesus por parte do Batista é uma espécie de refrão, que aparece no relato por duas vezes. Constata-se, portanto, o absoluto estado de ignorância.
De fato, conhecer a Jesus não é somente saber quem é, o que faz, onde mora. Conhecer é fazer experiência, é fruto de convivência, de comunhão. Portanto, com base no que Jesus faz, no compromisso com ele na missão comum, é que chegamos a conhecer quem ele é. Pelo fato de estar já comprometido com Ele, preparando-lhe o caminho mediante o batismo com água, João Batista confirma que ele é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Não é pura intuição. É reflexo do compromisso com ele. Passou do não-conhecimento à experiência.
Jesus é aquele que tira o pecado do mundo (o artigo salienta que há um só tipo de pecado). Qual é esse pecado único que oprime toda a humanidade? Para João, o pecado é a atitude de rejeição de Jesus enquanto resposta definitiva do amor do Pai. Aqueles que não o reconhecem estão no pecado e nas trevas. Desse pecado único e fundamental é que nascem os demais pecados, que são frutos da rejeição de Jesus e de sua prática libertadora como cordeiro e servo. Ele é ungido pelo Espírito Santo para a missão.
O amor do Pai para com Jesus o leva a pôr no Filho a plenitude do seu ser. A experiência que João Batista fez de Jesus leva-o, pois, ao testemunho que supõe a comunhão com Ele na sua morte e ressurreição, pois é no momento de sua morte que ele entrega o Espírito. E é esse Espírito que vai recordar aos cristãos a prática de Jesus. Somente fazendo o que Ele fez, os cristãos receberão o batismo no Espírito Santo.
Na parte final o testemunho por excelência. “Jesus é o Filho de Deus”, ou seja, possui a plenitude da vida do Pai, seu amor e fidelidade. Temos aqui também o centro da missão de Jesus: Transmitir à humanidade a vida divina que ele possui de forma plena, a fim de que as pessoas consigam realizar o projeto de Deus. A propósito, quem é Jesus Cristo? Comungamos com seu projeto de vida e vida em plenitude?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Verão... Férias

Mês de janeiro, calor exagerado, programação diferente do que normalmente se faz. Em nossa região a população aumenta em pelos menos umas cinco vezes. Muito sol, praia, mar, diversão e trabalho para muitos também.
É um tempo diferente. Os dias são intermináveis e as noites muito curtas. Passeios para um lado, encontro de amigos e parentes de outro, muitas festas, jantas, almoços e a vida parece mais colorida, ganhando novas dimensões.
Para quem está de férias, também pode ser um tempo de reflexão, tempo de pensar na vida. Olhar para trás... agradecer, avaliar, planejar. Os erros que foram cometidos servem para corrigir o que vem pela frente, e os acertos, como motivações para fazer de novo. E quem sabe, ainda com mais precisão para colher melhores resultados.
È também um tempo importante para cultivar as amizades, valorizar a família, viver cada instante com a maior intensidade possível. O que não podemos é esquecer aquilo que é base e fundamento em nossa vida: nossa fé, espiritualidade, vida de oração e pertença a comunidade.
Nosso Deus está conosco em todos os momentos e situações e nunca tira férias. Ele quer estar conosco também nesse tempo e nos acompanhar em cada momento e em cada instante de nossa vida, inclusive nas férias. Assim podemos fazer deste tempo, um tempo especial de encontro com Deus.
Pense nisso!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Batismo: Missão de Jesus

Concluindo o ciclo natalino, neste final de semana celebramos a festa do Batismo de Jesus. O evangelho (Mt 3,13-17), traz João Batista pregando um batismo de penitência, visando preparar o povo para a chegada do Messias, que traria o batismo com o Espírito Santo e com fogo.
O Messias anunciado por João Batista era uma espécie de juiz escatológico terrível. Jesus, porém, não aparece como tal, e sim como simples candidato ao batismo de penitência, solidarizando-se com os pecadores. Ele apresenta-se para ser batizado e João batista não entende: “Sou eu que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim”. Jesus, de fato, não precisava desse batismo. Submete-se, porém, a ele “porque devemos cumprir toda a justiça”.Note-se que emprega a primeira pessoa do plural: devemos. Ele está falando de si próprio, do Pai, cujo projeto cumpre com fidelidade, do Espírito que virá sobre ele e, por extensão, refere-se a todos os que se comprometem com ele.
Há, portanto, grande tarefa comum: cumprir toda a justiça. Jesus cumpre a justiça do Pai. De qual justiça está falando? Certamente não se trata de um código de leis, nem da justiça pregada pelos rabis, fariseus e doutores da Lei daquele tempo, nem da legislação jurídico-religiosa de nossos dias. Ele se submete ao batismo como forma de cumprir a vontade, isto é, a justiça do Pai. Em outras palavras, submetendo-se ao batismo de João, Jesus assume o Projeto do Pai. E o pai confirma o projeto e a missão do filho: “Este é o meu Filho amado, no qual encontro a minha complacência” A propósito, entendemos a grandiosidade da missão do Batismo de Jesus?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Acolher bem!

No feriado da virada do ano nossa cidade ficou mais uma vez completamente lotada. E possivelmente será assim durante os meses de janeiro e fevereiro. Que bom que tantas pessoas procuraram nossa cidade para descansar. Pessoas de todas as idades, das mais variadas localidades do Rio Grande do Sul e de outros locais do Brasil e também de outros países. O que traz essa multidão até aqui? Porque escolhem Torres, para passar as férias? Com certeza o que atrai multidões até aqui e a nossa praia. Nossas belezas naturais são incomparáveis e encantadoras. Por morarmos aqui, talvez não nos damos conta de quão maravilhoso local vivemos, de tão generoso foi Deus ao criar este paraíso que temos.
Mas esta beleza toda precisa ser ajudada e melhorada por todos nós. Não bastam essas maravilhas todas se não soubermos acolher bem, as pessoas que aqui chegam. Tudo é lindo em nossa “mais bela praia gaúcha”, todavia, as pessoas que aqui residem devem ser “belos” também, ou seja, simpáticos, dóceis, acolhedores. Como é maravilhoso quando nos sentimos bem acolhidos. Acolher bem significa volta, retorno, e alegria redobrada. Quem é bem acolhido volta e volta trazendo junto amigos e familiares.
Neste tempo especial de verão, com estes dias tão lindos e com tanta gente em nossa cidade, vamos acolher bem quem aqui chega. Que tal simpatia e acolhida como bandeira de bons anfitriões? Se cada um fizer isso, nossa “mais bela praia” será ainda mais bela e nossos irmãos veranistas voltarão para suas casas e retornarão novamente, pois alem de todas as belezas naturais teremos também maravilhosas “belezas” humanas e hospitaleiras.
Pense nisso!

domingo, 2 de janeiro de 2011

O verdadeiro rei é o menino da periferia

No primeiro domingo deste novo ano, a Igreja celebra a festa da Epifania, ou seja, a festa da manifestação de Jesus todos os povos. O Evangelho (Mt 2,1-12) nos diz que é preciso tomar uma posição: A favor ou contra Jesus, aceitando ou rejeitando a salvação que ele oferece. O verdadeiro rei dos judeus não é violento (assassino), prepotente e politiqueiro como Herodes, lacaio do poder romano opressor. O verdadeiro rei dos judeus é um recém-nascido, que tem suas raízes no poder popular alternativo formado com base no descontentamento e nas necessidades básicas do povo; ou seja, é rei à semelhança do pastor Davi.
A salvação vem por meio do pequeno da periferia de Jerusalém. Os magos são os primeiros a intuir isso, e seu desejo é adorar esse novo poder que nasce do pobre. Eles são guiados por uma estrela, que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de paz, justiça, fraternidade. Nesse “menino da periferia” reconhecem o Rei que faz justiça e se prostram diante dele, reconhecem a nova maneira de exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas desde o pequeno e o pobre, e não desde os poderosos e violentos como Herodes.
Definitivamente, o caminho da salvação não passa por Jerusalém, e menos ainda tem algo que ver com o aparato político-repressor do despótico Herodes. Os magos voltam para casa por outro caminho, que o discernimento lhes indicou, ou seja, conhecer Jesus nos leva a tomar novo caminho. Deixamo-lo indicar novo caminho para nossa vida? Que tal fazermos um caminho mais próximo de Jesus Cristo em 2011?