No Evangelho deste final de semana, festa da Ascensão de Jesus (Lc 24,46-53) temos a despedida de Jesus diante de seus discípulos. Antes de falarmos sobre o texto propriamente dito, é importante lembrar que o Evangelho de Lucas e o livro de Atos dos Apóstolos formavam, possivelmente, uma única obra. Mais tarde as narrativas sobre a vida e o ministério de Jesus foram separadas, formando, com Marcos, Mateus e João o conjunto dos Evangelhos. A parte sobre as narrativas da formação das primeiras comunidades cristãs formaram o Livro de Atos. Estes dois textos, que apresentam semelhanças e divergências entre si, estão presentes nas leituras deste final de semana. No Evangelho, após a memória da paixão e ressurreição, Jesus orienta os discípulos para a missão: è necessário colocar em prática os ensinamentos de Jesus, o anúncio da conversão à justiça para o perdão dos pecados. Nos Evangelhos de Marcos, Mateus e João, Jesus e os discípulos retornam para a Galileia, enquanto que em Lucas, temos a narração dos discípulos em Jerusalém: "voltaram para Jerusalém e estavam sempre no Templo". Esta interpretação corresponde à teologia de Lucas, que apresenta o movimento de Jesus como a continuidade das doze tribos de Israel, e sua missão partindo de Jerusalém, capital do Judaísmo de seu tempo. Nesta mesma temática, enquanto no Evangelho de João Jesus comunica o Espírito Santo soprando sobre os discípulos no dia da ressurreição, Lucas, em Atos, apresenta a vinda do Espírito cinquenta dias depois da ressurreição, com uma teofania, isto é, manifestação de Deus, na festa judaica de Pentecostes. Após a ascensão, os discípulos devem voltar às suas atividades, pois o Espírito Santo lhes será dado para assumir a missão que lhes foi confiada por Jesus. A propósito, percebemos a ação do Espírito Santo nos impulsionando a agir em nome de Jesus?
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