Dentro do mês vocacional, queremos neste final semana, refletir sobre a vocação dos leigos. A igreja não é do papa, nem dos bispos, padres ou freis e irmãs, mas a igreja somos todos nós. E nela somos convidados a colocar nossos dons e talentos. Que tal essa historinha, para percebermos a importância e o valor de cada um na construção do todo.
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando. Ele aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: "Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes."
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato. Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de poder trabalhar juntos.
A história nos ajuda a entender a importância de cada um na construção do todo. Assim, é a vocação na igreja. Todos são convidados a colocar os seus dons a serviço.
Com todos os leigos que assim agem, nos alegramos e parabenizamos.
No próximo domingo, 28 de agosto, a diocese de Osório realiza o sexto encontrão diocesano dos coroinhas.
O tema do encontro deste ano é a vida do Pe. Manuel e do coroinha Adílio e deverão participar pelo menos 200 crianças de várias paróquias da diocese.
O encontro será das 8h30 as 16h no CTG Porteira Gaúcha, na Paróquia São José Operário da Vila São João.
O mês vocacional segue neste final de semana, com a reflexão sobre a vocação dos religiosos e religiosas. Os irmãos e irmãs, que através de uma vida de consagração, dedicam-se a um projeto maior que suas próprias vidas. Eles estão nas pastorais da Igreja, hospitais, escolas, creches, asilos, etc. Tendo o ideal de vida, inspirados na vida de um fundador ou fundadora, dedicam sua vida a causa do evangelho.
Para muitas pessoas, difícil de entender como alguém pode renunciar a tantas coisas em favor de uma causa como esta. Já contei esta história, acontecida na Argélia, norte da África, mas vale a pena relembrar.
Um turista americano foi visitar um famoso leprosário. Ficou muito impressionado tanto com os doentes, como com as irmãs que lá trabalhavam. E então se dirigindo a uma delas disse:
- Olha irmã, eu não queria ficar aqui nem que me dessem dois mil dólares por mês. É horrível!
- O senhor tem toda razão. Nem eu ficaria nesse trabalho, mesmo que me oferecessem 10 mil dólares por mês.
- Então, quanto ganha por este trabalho?
- Absolutamente nada, senhor!
O turista ficou encabulado. Entre surpreso e incrédulo, perguntou:
- Mas, por que, então, a senhora sacrifica aqui, precisamente aqui, toda a sua juventude?
A irmã, com toda a simplicidade, pegou o crucifixo que trazia no peito, beijou-o com respeito e respondeu:
- Por amor a ELE, que viveu, morreu e ressuscitou por amor deles e por mim.
O fato nos faz refletir sobre o trabalho de tantos irmãos e irmãs, nas mais diversas realidades. São verdadeiros testemunhas de Jesus Cristo. Nossa homenagem, carinho e orações à todos os religiosos e religiosas que doam sua vida em favor da vida de tantas pessoas.
No Evangelho deste final de semana (Mt 15, 21-28) 20º Domingo do Tempo Comum, podemos perceber a universalidade do Reino de Deus, anunciado por Jesus, a todos os povos, sem fronteiras e sem exclusões.
A cena do evangelho destaca a cura da filha de uma mulher do mundo gentílico, a qual entra na casa onde Jesus se encontrava. Trata-se de uma adaptação para a sua comunidade formada principalmente por cristãos convertidos do judaísmo. A narrativa, tem o sentido de instruir a comunidade no sentido de acolher os cristãos convertidos do mundo gentílico, sem descartar a prioridade de Israel ao chamado de Deus.
Embora o texto exprima uma rejeição inicial de Jesus à cura da mulher cananéia, já haviam ocorrido duas curas de gentios por parte de Jesus: a do servo do centurião romano, em Cafarnaum e a do homem possesso na região gentílica de Gerasa. O texto revela, de maneira mais ampla e abrangente, simplesmente o anúncio da universalidade do Reino. Fica bastante em evidência a acolhida de Jesus por parte dos gentios enquanto os judeus, na sua maioria, o rejeitaram.
A expressão final, "como queres te seja feito" lembra a oração do Pai Nosso. Indica que aquela mulher gentílica, ao querer a libertação da filha, identifica-se com a vontade do Pai. A propósito, entendemos o convite de Jesus direcionado a todos, sem exclusões?
Neste domingo todos os pensamentos, homenagens e lembranças são direcionadas para os pais. Uma palavrinha tão curta que expressa à máxima grandiosidade do amor, carinho, respeito, afeto. Há vários “modelos” de pais, mas, em todos eles a preocupação pela felicidade e realização dos filhos é uma constante.
Em tempos de correrias e dificuldades de estar com os filhos, encontrei uma pequena história que expressa à importância de aproveitar cada momento para demonstrar o amor e o carinho dos pais.
Um pai, numa reunião de pais explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana.
Quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora ficou emocionada e surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras dos pais se fazerem presentes, de se comunicarem com os filhos. Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias. É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho. Pai, você já deu um nó no lençol do seu filho hoje? Filho, você já expressou todo teu amor e carinho para com teu pai? Pense nisso!
No Evangelho deste final de semana (Mt 14, 22-33) 19º Domingo do Tempo Comum, podemos perceber a falta de fé; o medo dos discípulos diante das dificuldades e a profissão de fé de Pedro. O trecho é uma continuidade do evangelho da semana passada, quando Jesus mostra que no seu reino acontece a partilha, todos se alimentam e ficam satisfeitos.
Todavia ele não quer honrarias e ufanismos, por isso “obriga os discípulos a entrar na barca”, (começo do Evangelho de hoje), ou seja, 'vamos à diante, temos mais o que fazer, não queremos elogios demasiados'. Os discípulos foram e o Mestre foi orar. Em vários relatos bíblicos temos Jesus orando. Ele faz assim para se alimentar espiritualmente, buscar discernimento e manter a perfeita sintonia com o Pai.
Depois vai em direção de seus discípulos que não o reconhecem, pois suas ações em muitos momentos são diferentes das ações do Mestre. Por ter pouca fé, Pedro afunda diante do mar agitado das preocupações. Jesus estende a mão e o salva. “Homem de pouca fé”. E no final Pedro dá um bonito testemunho: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus”.
Quantas vezes afundamos diante das preocupações e dificuldades que a vida nos coloca. Até dizemos que temos fé, que acreditamos, mas na primeira dificuldade nos apavoramos e corremos para todos os lados buscando coisas que não existem. “Se Deus está por nós, quem estará contra nós”? A propósito, acreditamos na presença e no amor de Deus em nossa vida? O que fazemos diante das dificuldades?
Agosto, para alguns o mês do desgosto, outros o mês do cachorro louco. Nada disso. Agosto é o mês das vocações. Entendemos vocação, como chamado de Deus para o serviço. Dons, talentos, qualidades e virtudes para doar-se em favor do outro, no caso da igreja, para a comunidade dos irmãos. Desse modo, cada final de semana, deste mês, refletimos sobre um jeito de responder a este chamado na comunidade igreja. Neste primeiro final de semana, lembramos da vocação sacerdotal, ou como o povo fala, a vocação do padre.
Uma história bem conhecida resume não só a vocação sacerdotal, mas a vocação à vida e uma vida de doação em favor daqueles que mais precisam.
Em certa região, havia um fazendeiro que ganhava todos os prêmios dos concursos de Milhos. Joaquim, jornalista do lugar foi entrevistá-lo e descobriu que ele compartilhava as suas sementes de milho com os vizinhos. Curioso perguntou:
- Como compartilha as suas melhores sementes de milho com seus vizinhos se está a competir com eles?
- Por quê? Não sabes? O vento apanha pólen do milho maduro e o leva através do vento de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade de meu milho. Para continuar a cultivar milho bom tenho que ajudar meus vizinhos a cultivarem milho bom.
Que o bom milho seja cultivado em todos os ambientes e que tenhamos a preocupação de levar esta boa semente como resposta ao chamado que Deus nos faz de sermos seus colaboradores na semeadura do amor, da paz, da alegria e da esperança.
Parabéns a todos os sacerdotes, que a cada dia assumem sua vocação e missão de ser presença real e viva de Jesus no meio do povo.