domingo, 28 de novembro de 2010

Vigilância, Prontidão...

O evangelho deste final de semana, (Mt 24,37-44), primeira semana do tempo de advento, alerta para estarmos atentos, vigilantes e preparados. Os capítulos 24 e 25 de Mateus formam o que se costumou chamar de “discurso escatológico”. Dois temas importantes nascem desses capítulos: 1. O fim do Templo e a destruição de Jerusalém. 2. O desconhecimento em relação à vinda do Filho do Homem e a conseqüente vigilância como gesto ativo que compromete as pessoas na transformação da realidade. Este segundo aspecto é o tema do evangelho deste final de semana.
A vinda do Filho do Homem é uma questão de sensibilidade para o momento presente, semelhante à de Noé, qualificado como pessoa justa. É aí que se joga o destino da sociedade: “Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem. Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra deixada”. Por que essa diferença de sortes? Qual terá sido o critério de seleção, se aparentemente os dois homens e as duas mulheres estavam fazendo exatamente as mesmas coisas? A resposta está no modo como a pessoa age. Há quem vive o presente preparando o futuro, e há quem não aprendeu da história (os tempos de Noé) e não sabe como viver o presente, sem futuro...
Mas, o que é vigiar? Vigilância, nesse caso, é solidarizar-se com Jesus, que está para ser morto por uma sociedade baseada na mentira e na injustiça. Isso pode iluminar o trecho em questão. Jesus não está à procura de inquisidores nem declarou aberta a temporada de caça às bruxas; ele quer pessoas que, apesar de não saberem quando o Senhor virá, se solidarizam com os que clamam por sua vinda, projetando luzes novas sobre a escuridão que invade nossa sociedade. A propósito, Estamos vigilantes com Jesus, no rosto de nossos irmãos e irmãs? Como vamos nos preparar para o natal?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

É tempo de advento

Neste final de semana começamos um novo ano na Igreja. É tempo de advento, de espera e preparação para o natal. Para as duas maiores festas cristãs, Páscoa e Natal, a Igreja nos propõe um tempo de preparação, que na Páscoa chamamos de quaresma e no natal advento. Advento vem de advir, espera, preparação, caminho para a vinda de Jesus. Advento não é natal, mas preparação para o natal. O natal está profanado pela exploração econômica. Os interesses comerciais ligados a ele atropelam completamente a consciência e a vivência do advento. Assim a igreja nos convida a fazermos destas quatro semanas um tempo de preparação, de recepção e acolhida para que o guri-Deus faça sua morada mais uma vez no meio de nós.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tempo de Assembleia

Estamos nos aproximando de mais um final de ano e com ele, muitas coisas se tornam inevitáveis. É tempo de olhar para trás e perceber as coisas que realizamos e também aquelas que deixamos de fazer. É tempo de avaliação e planejamento também.
Para nós igreja é tempo de assembleia de pastoral, ou seja, momento de avaliar nossa atuação pastoral neste ano de 2010. O que fizemos neste ano que está chegando ao seu final? O deixamos de fazer? O que poderíamos ter feito melhor? Como está nossa vivência pessoal e comunitária?
Em nossa diocese este ano de 2010, foi o ano que a missão popular começou a ganhar corpo com os retiros paroquiais e formação de novos grupos de famílias. Foi maravilhoso perceber as pessoas se dando conta de que não estão aqui por acaso. Existe sim, alguém que é maior do que tudo e todos, e nos convida a colaborarmos com Ele, para deixarmos o mundo mais lindo, justo, fraterno e solidário.
O próximo ano será para nossa diocese o ano da visitação, ou seja, seremos desafiados a visitarmos todas as pessoas de nossas comunidades. Iremos a todas as casas, com o objetivo de conhecer, dialogar, encurtar distancias e convidar todos para se engajarem nesta proposta de tornar Jesus Cristo mais conhecido, amado e vivido.
Que o Espírito Santo, nos ilumine para realizarmos boas assembléias, avaliando nossa atuação e planejando o próximo ano com boas ações. Que 2011 seja o ano da visitação. E que esta renove e revigore nossa vida de fé em Jesus Cristo na comunidade Igreja.

sábado, 20 de novembro de 2010

O Rei da Justiça, da Paz e do Amor

No evangelho deste final de semana, (Lc 23,35-43), festa de Cristo Rei, Jesus é apresentado como Rei do Universo. Junto à cruz estão espectadores curiosos (povo), lideranças político-religiosas judaicas e soldados. Juntamente com o criminoso, essas pessoas representam os que se sentiram traídos em suas expectativas quanto ao tipo de messianismo e realeza que Jesus inaugurou a partir dos pobres e marginalizados. De fato, a zombaria gira em torno dos títulos Messias, o Escolhido, Rei dos Judeus. Havia um letreiro fixado à cruz: “Este é o Rei dos Judeus”. Só agora, depois de haver apresentado a zombaria dos que se excluem da sociedade e história novas, é que o evangelista Lucas chama a atenção para o fato. O letreiro, apesar dos insultos e caçoadas, afirma que em Jesus está presente a realeza capaz de dar a vida.
O episódio do “bom ladrão” quer mostra que a misericórdia de Deus jamais se esgota se as pessoas estão dispostas a aceitá-la. Afirma também que justamente aí, na cruz, é que inicia a realeza autêntica: “Jesus, lembra-te de mim, quando começares a reinar”. A súplica do “bom ladrão” representa o clamor de todos os “malditos” da nossa sociedade, dos quais Jesus se lembra e começa a reinar com eles e a partir deles: “Hoje você estará comigo no paraíso”.
Temos aqui um dos pólos do Evangelho de Lucas. A atividade libertadora de Jesus iniciada a partir de seu programa na sinagoga de Nazaré para terminar no “paraíso”, onde ele entra com os excluídos que clamam: “Jesus, lembra-te de mim…”. O paraíso recorda o jardim do Éden do livro do Gênesis, onde o ser humano experimentou o prazer de uma sociedade fraterna e igualitária. Jesus reina a partir dos “malditos”, dos pobres e dos excluídos. A propósito, é assim a pratica de nossos governantes hoje? E nossa comunidade Igreja, acolhe aqueles que estão à margem?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Árvore boa produz frutos

Neste final de semana celebramos a festa de Cristo Rei do universo, e com ela chegamos ao final do ano litúrgico. Esta festividade quer salientar o reinado de Jesus Cristo, muito diferente dos reis (governantes) humanos, e mostrar principalmente o poder como doação e serviço.
Numa pequena fábula a partir das árvores da floresta, podemos entender melhor esta dimensão de usar o poder para o serviço.

Um dia as árvores resolveram eleger um Rei. Consultaram muitas delas e nenhuma queria renunciar aos seus dons que consideravam máximos, para reinar sobre a Floresta. A Oliveira se orgulhava do azeite, a Figueira da doçura incomparável dos frutos, a cerejeira falou de suas flores e da beleza dos frutos, o Cedro do Líbano não renunciaria ao perfume de seu tronco e à madeira mais bela. Por fim consultaram a Espinheira e ela respondeu que sim, ela reinaria se todas as demais viessem abrigar-se sob seus galhos, pois, se não o fizessem, de seus espinhos poderia emitir fogo e queimar a todos, até os Cedros do Líbano.

Jesus Cristo, Rei do Universo, nos mostra que no seu reinado não há espaços para egoísmos, injustiças, desigualdades. Ele é o Rei do amor, da paz, da alegria e da esperança. Desse modo, ele nos convida a colocar nossas melhores qualidades a serviço dos outros e jamais fazer como a Espinheira, pois é a partir dos frutos que conhecemos a árvore. E árvore boa produz bons frutos.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tem festa no Campo Bonito


No próximo final de semana, 20 e 21 de novembro, sábado e domingo, acontece a festa em louvor à Santo Antônio, na Comunidade Divino Espírito Santo do Campo Bonito. No sábado, a missa é às 20h30min, com transmissão da Rádio Maristela, seguindo com jantar dançante no salão. No domingo às 11h, missa, procissão e escolha dos novos festeiros. Ao meio dia almoço e tarde dançante no salão. Alegramo-nos com a comunidade de Campo Bonito e convidamos a todos para participarem desta festa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Perseverança até o fim

O evangelho deste final de semana (Lc 21, 5-19), fala da destruição do Templo e da cidade de Jerusalém, entendida como um “fim de mundo”. O evangelho não fala do fim do mundo, do final da história da humanidade, mas de um fim que é novo começo, de um fim que está sempre acontecendo.
A destruição de Jerusalém foi, para o cristianismo inicial, algo parecido com a morte da mãe antes do corte do cordão umbilical. Os primeiros cristãos estavam ainda muito ligados à religião judaica. Com a grande revolta do ano 66 e a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém no ano 70, toda a estrutura física e humana daquela instituição judaica foi demolida. Foi um fim, mas também novo começo.
Na Galileia, grupos de pequenos proprietários, em consequência da exploração exercida pelo império romano e das altas taxas de juros cobradas pelos judeus ricos, perderam tudo o que possuíam e passaram a formar quadrilhas de assaltantes. Chegavam a assaltar uma caravana romana e depois repartir os alimentos nas aldeias, pois o povo morria de fome. No ano 66, eles entraram em Jerusalém, queimaram os documentos de suas dívidas, que lá estavam, e dominaram a cidade. Foi a grande revolta.
Seus líderes passaram, a competir entre si, cada qual reivindicando para si o título de Messias, pretendendo ser a realização das esperanças de todo o povo. O evangelho aconselha os discípulos de Jesus a não acreditar nisso, nem se apavorar com a guerra em curso. Os cristãos não devem participar da loucura da revolução nem ficar apavorados, apesar de perseguidos por todos os lados. Especialmente nessas circunstâncias, a fidelidade a Jesus cria problemas até mesmo dentro de casa. Quantas vezes os mais próximos é que vão denunciar o discípulo, que age e fala de maneira contrária aos critérios deste mundo? Os discípulos, no entanto, devem ficar firmes no testemunho de Jesus e ser coerentes até o fim. O que salva, é a coerência resistente até o fim. A propósito, somos resistentes e testemunhamos Jesus Cristo com nossa vida?

domingo, 7 de novembro de 2010

Encontrão diocesano dos grupos de famílias

Foi uma linda festa! Mais de quatro mil pessoas representantes das 24 paróquias de nossa diocese estiveram reunidas no sábado, 06 de novembro no Ginásio Municipal de Tramandaí.
Este encontro já é uma tradição em nossa diocese e este a
no ganhou o reforço das Santas Missões Populares, dia nacional da Juventude e também foi uma espécie de assembleia diocesana.
Na parte da manhã, depois de uma calorosa acolhida com muita alegria e animação, tivemos a leitura orante da Bíblia, com o trecho bíblico conhecido como a multiplicação dos pães, ou milagre da partilha. Ao meio dia, um momento lindo de partilha, onde cada um colocou em comum aquilo que trouxe e como o texto bíblico, todos comeram, ficaram satisfeitos e ainda sobrou uma boa quantidade.
Na parte da tarde, tivemos relatos sobre o trabalho missionário nas paróquias, bem como a experiência missionária em Moçambique. Ainda tivemos, uma procissão pelas ruas da cidade com reflexão, oração, animação e finalmente a celebração da eucaristia com envio. Como símbolo do encontro cada comunidade da diocese recebeu uma plantinha de palmeira açaí para ser cultivada e cuidada.
Durante o encontro, nosso bispo Dom Jaime, muito entusiasmado com a presença e participação de tantas pessoas, anunciou o ano de 2011, como o ano da visitação. “O próximo ano será o ano da visitação. Iremos a todos os lugares. Casas, escolas, comércios... ninguém poderá ficar sem receber a nossa visita”.

sábado, 6 de novembro de 2010

O evangelho deste final de semana (Mt 5,1-12), festa de todos os Santos, traz o conhecido relato das bem-aventuranças. O texto começa: “Tendo visto as multidões, Jesus subiu à montanha...”. Foi porque viu aquelas multidões que Jesus subiu à montanha e passou a dar a instrução aos discípulos, como Moisés, da montanha, deu ao povo a Lei ou Instrução de Deus. À vista das multidões, ele faz o Sermão da Montanha.

Que multidões eram essas? Eram as multidões de sofredores da Judeia e da Galileia. Podemos dizer que são toda a humanidade sofredora. Por causa dela, para benefício dela, Jesus se senta como mestre, rodeado pelos discípulos, sobre uma montanha que lembra o monte Sinai. Ele instrui os discípulos não para que estejam voltados para o próprio umbigo, mas para que cuidem das multidões sofredoras que acorrem de toda parte.
Isso ajuda a entender a instrução. Notar que, das oito bem-aventuranças básicas, a primeira e a última se referem ao tempo presente: “deles é o reino dos céus”. É preciso ter bem claro que “reino dos céus” não é o céu, a glória eterna. “Reino dos céus” é o mesmo que reino ou reinado de Deus. Ele começa aqui na terra, onde o que se liga ou desliga é confirmado no céu. Os primeiros são os “pobres por espírito”, isto é, por força interior, por convicção, e os últimos são os “perseguidos por causa da justiça”, perseguidos por buscarem a justiça do reinado de Deus. Assim, os pobres e os perseguidos, de certo modo, identificam-se. Nas bem-aventuranças seguintes estão as consequências disso. Os que agora estão chorando mais adiante vão parar de chorar, serão consolados. Os que têm fome e sede de ver acontecer a verdadeira justiça hão de matar essa fome. Os carentes, em geral traduzidos por “mansos”, os que não são ninguém, que não têm vez nem voz, serão senhores, serão os donos da terra. Na sequência, outras três bem-aventuranças: os que colaboram, ou seja, os que têm misericórdia, os que têm intenções retas (“coração puro”) e os que promovem a paz ou felicidade plena também terão sua recompensa. A propósito, acolhemos a proposta de felicidade das bem-aventuranças?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tramandaí recebe os missionários neste sábado

Neste sábado, dia 06, acontece o encontrão diocesano dos grupos de famílias, ou também chamado de Retiro Diocesano. Nossa diocese realiza desde o seu surgimento, no ano 2000, uma atividade para celebrar, de forma diocesana, o encontro das famílias que durante o ano partilham sua vida e sua fé. Este ano, dentro do processo das Santas Missões Populares, o encontro promete ser ainda maior. Nossas paróquias da região estarão bem representadas e a Radio Maristela falará durante todo o dia diretamente de Tramandaí. As atividades serão no Ginásio municipal de Tramandaí das 8h30 até as 16h.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Saudade, lembrança, amor, vida...

Amanhã, terça feira, 02 de novembro, dia de finados, teremos mais uma vez a oportunidade de lembrar com carinho aqueles que nos precederam e que são motivos de lembranças e saudades.
As palavras do título deste texto expressam um pouco do sentimento deste dia. Um dia de saudade, de lembranças, tristeza pela separação física, às vezes de forma trágica e inesperada, mas também um dia de certeza que nossos entes queridos não morreram, apenas vivem de forma diferente.
Nossa fé cristã, fundada na ressurreição de Jesus, nos diz que a morte não existe, o que existe é apenas uma mudança em nosso jeito de viver, e assim que partimos deste mundo, estamos já, de forma plena e definitiva na vida eterna. Estar em comunhão com eles, nos faz viver a esperança do reencontro na luz da face de Deus, que nos ama eternamente.
Desse modo, precisamos viver com gosto a vida que temos, gastando cada instante de nossa vida para nossa realização e a realização de nossos irmãos e irmãos, nunca esquecendo que aqui estamos de passagem para a verdadeira vida. Por isso, não vamos nos apegar a bobagens e mesquinharias que só dificultam nossa vida e atrapalham nossa felicidade.
É um dia para lembrar e agradecer a Deus pelos nossos entes queridos, e ao rezar com eles e por eles, estaremos nos preparando para o reencontro definitivo. Afinal, Jesus Ressuscitou e com sua ressurreição, garantiu também a nossa ressurreição.