No Evangelho deste final de semana, (Lc 13,1-9), terceiro domingo da quaresma, temos o convite de Jesus para a conversão. Seu ensinamento é motivado por dois acontecimentos contemporâneos ao seu ministério: o assassinato dos galileus por Pilatos e a queda de uma torre em Jerusalém. Esse texto insere-se numa série de discursos sobre a necessidade de reconhecer os sinais dos tempos. Os sinais são um convite à conversão, pois a missão histórica de Jesus marca o fim da espera e inaugura o tempo da decisão a favor ou contra o enviado de Deus. Estas duas desgraças públicas daquela época são citadas por Jesus com o intuito de corrigir ideias erradas sobre a ação de Deus. Ele mostra a necessidade de uma transformação interior e real, fazendo apelo para não se sentirem justos diante de Deus nem considerarem as vítimas de desastres como pecadores castigados. A admoestação de Jesus visa modificar a mentalidade da época, assegurando que todos são pecadores e, portanto, todos são convidados à conversão. Converter-se significa acolher a presença salvadora de Deus oferecida em Jesus. Rejeitá-la seria algo pior que um desastre. Hoje, muitos cristãos ainda pensam que o Pai exigiu a morte do Filho como pagamento pelos pecados da humanidade. Contudo, na ressurreição de Jesus, o Pai mostra que está do lado das vítimas e que o fato de sofrer violência ou desastres não significa ser castigado pelos pecados. O texto prossegue com a parábola da figueira, que vem confirmar esse chamamento à conversão. Apesar da não produtividade da figueira, ainda há uma última tentativa: esperar mais um ano. Assim entendemos a grandiosidade do amor e da misericórdia de Deus para conosco, nos dando sempre tempo e oportunidade de mudança, de conversão. A propósito, que mudança, que transformação, que realidade melhor queremos construir neste de quaresma?
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